Exploração mineradora

                No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro (produzido nos engenhos do nordeste) começaram a diminuir. Isto ocorreu, pois a Holanda havia começado a produzir este produto nas ilhas da América Central. Com preços mais baixos e boa qualidade, o mercado consumidor europeu passou a dar preferência para o açúcar holandês. 

                Esta crise no mercado de açúcar brasileiro colocou Portugal numa situação de buscar novas fontes de renda, pois, como sabemos, os portugueses lucravam muito com taxas e impostos cobrados no Brasil. Foi neste contexto que os bandeirantes, no final do século XVII, começaram a encontrar minas de ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Portugal viu nesta atividade uma nova fonte de renda.

 

                A descoberta de ouro no Brasil deu início ao chamado “ciclo do ouro”, durante todo século XVIII (auge do ciclo) brasileiros de todas as partes, e até mesmo portugueses, passaram a migrar para as regiões auríferas, buscando o enriquecimento rápido. Mas a exploração de minas de ouro dependia de altos investimentos em mão de obra (escravos africanos), equipamentos e compra de terrenos. Somente os grandes proprietários rurais e grandes comerciantes conseguiram investir neste lucrativo mercado. 

Desenvolvimento das cidades 

           Nas regiões auríferas, várias cidades cresceram e muitas surgiram neste período. A vida nas cidades dinamizou-se, fazendo surgir novas profissões e aumentando as atividades comerciais, sociais e de trabalho. Teatros, escolas, igrejas e órgãos públicos foram criados nestas cidades. Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Tiradentes e São João Del Rei foram algumas das cidades que mais se desenvolveram nesta época. 

 

                A descoberta das minas e a exploração do ouro desencadearam alguns conflitos, sendo os mais importantes a Guerra dos Emboabas (1707-1710) e a Revolta de Felipe dos Santos.

                Na primeira metade do século XVIII, Minas Gerais tornou-se o centro econômico da colônia, com rápido povoamento. Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, desmembrada da Capitania do Espírito Santo. Em 1720, a Capitania de Minas Gerais foi separada da Capitania de São Paulo, tendo como capital Vila Rica (atual Ouro Preto).

                Destacavam-se as chamadas Vilas do Ouro - Ouro Preto, Mariana, Caeté, São João Del Rei, Catas Altas, Pitangui, Sabará, Serro e Tiradentes - e também Diamantina. No entanto, a produção aurífera começou a cair por volta de 1750, o que levou Portugal a buscar meios para aumentar a arrecadação de impostos, provocando a revolta popular, que culminou na Inconfidência Mineira, em 1789.

                Encerrada essa fase, a política de isolamento imposta à região mineradora para exercer maior controle sobre a produção de pedras e metais preciosos ainda inibia o desenvolvimento de qualquer outra atividade econômica de exportação, forçando a população a se dedicar a atividades agrícolas de subsistência. Por decênios, apesar dos avanços alcançados na produção de açúcar, algodão e fumo para o mercado interno, Minas Gerais continuou restrita às grandes fazendas, autárquicas e independentes.

            Com a transferência da capital, Ouro Preto sofreu uma retração econômica que freou seu crescimento geográfico, a cidade ao longo do século XX manteve suas igrejas e casarões coloniais seculares praticamente intactos. Porém ao redor da cidade, florescia uma das atividades de principal destaque na economia mineira do século XX, a extração do minério de ferro

            A mineração é uma das fontes de renda para Minas Gerais, assim  como para a cidade de Ouro Preto, além de cidades próximas.           

 Atividade mineradora levou diversas mineradoras para as cidades de Ouro Preto, Mariana e Itabirito. Em 1950 era inaugurada a fábrica da Alcan, que junto com outras mineradoras estabelecidas em Mariana, absorvia uma parcela da mão de obra da cidade.Outra parte da mão de obra da cidade, era absorvida pelo comercio e pelo turismo que dava seus primeiros passos.

                A decadência do ouro levou ao esvaziamento das vilas mineradoras, com o deslocamento das famílias e seus escravos para outras regiões, o que expandiu as fronteiras da capitania, antes restritas à região das minas. No fim do século XVIII, começou a ocupação das atuais regiões da Zona da Mata, Norte de Minas e Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A expansão dos limites de Minas Gerais continuou ao longo do século XIX em 1800 definiu-se como divisa com o Espírito Santo a Serra dos Aimorés; em 1816, o Triângulo Mineiro foi transferido da Capitania de Goiás para Minas; em 1824 o atual Noroeste de Minas foi desmembrado de Pernambuco e incorporado a Minas; a divisa com o Rio de Janeiro, estabelecida sem precisão desde 1709, foi definida em 1843 e em 1857 o Vale do Jequitinhonha foi definitivamente transferido da Bahia para Minas Gerais.

 

 

Efeitos no meio ambiente

 

                Pesquisadores estudam os efeitos da atividade em Ouro Preto e Mariana


               Hoje Ouro Preto é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade por conservar o maior conjunto arquitetônico do período colonial e tem na atividade turística sua maior fonte de renda, isto se deve às ricas jazidas de ouro encontradas ali pelos bandeirantes.

No Quadrilátero Ferrífero, um dos principais distritos minerais do Brasil, encontra-se parte de duas das mais importantes bacias hidrográficas do Estado de Minas Gerais, a do Rio Doce e a do Rio das Velhas. A região foi responsável por toda a riqueza e prosperidade vividas, durante séculos, por Minas Gerais. Estes méritos, no entanto, vieram acompanhados por uma triste herança deixada pela própria existência dos depósitos minerais e também pela atividade mineradora: a contaminação de nossas águas, solos e plantas por metais pesados.

             O Grupo de Pesquisa Geoquímica Aplicada a Estudos Geoambientais, sediado no Departamento de Geologia (Degeo) da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), tem como foco de trabalho o estudo de áreas naturalmente contaminadas pela presença de diversos metais pesados nos depósitos minerais, e daquelas afetadas por atividades antrópicas (relativas à ação do homem sobre a natureza).

             Atualmente, um problema ligado aos anos de exploração aurífera em Ouro Preto tem preocupado os pesquisadores do LGqA (Laboratório de Geoquímica Ambiental). A possível contaminação das águas dos municípios da região por arsênio é uma questão já levantada por estudiosos, que foi equivocadamente divulgada pela imprensa, gerando apreensão na população local. O arsênio, elemento químico comumente presente nos sulfetos (arsenopirita), é encontrado nos depósitos de ouro da região de Ouro Preto. A arsenopirita está intimamente associada à mineralização de ouro da região e ocorre, em maior quantidade, nos depósitos minerais subterrâneos. Com a exploração secular do ouro da região, grande quantidade de arsenopirita foi colocada em contato com o ar e, consequentemente, sofreu o processo de oxidação, liberando arsênio. O arsênio pode atingir os lençóis freáticos, os cursos d’água superficiais e, em determinados casos, se acumular nas plantas e animais. Os efeitos do contato prolongado com o organismo humano vão desde problemas estomacais até o desenvolvimento de câncer de pele.

                A existência de captações clandestinas é, segundo o pesquisador, outro fator preocupante. Muitas pessoas encontram água no fundo do quintal, às vezes em galerias antigas de minas de ouro, utilizando-a para o abastecimento doméstico.

                O professor Hermínio Arias Nalini Júnior, coordenador do LGqA, acredita que possa existir, sim, um risco alto de parte das águas de Ouro Preto e Mariana estar contaminada, mas enfatiza que ainda não foram levantados dados suficientes para se tirar qualquer conclusão.

 

Pesquisado e Elaborado por: Raíssa Simão

 

Bibliografia

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